Tudo sobre EBITDA: O guia completo que você precisa conhecer

Se você já ouviu falar em EBITDA, provavelmente sabe que ele está entre os indicadores financeiros mais populares para avaliar a performance de uma empresa. Mas você sabe exatamente o que significa EBITDA, como calculá-lo e, mais importante, como usá-lo corretamente?

Assim, seja você um gestor financeiro experiente, um empreendedor, um analista, um investidor ou apenas deseja entender melhor o mundo dos negócios, este guia completo foi criado para você. Aqui, você vai aprender os pontos mais importantes: desde o conceito básico até alguns ajustes necessários para extrair insights valiosos. Vamos lá?

O que é EBITDA e por que ele é importante?

EBITDA é a sigla para “Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization“, que traduzido para o português significa LAJIDA, ou seja, “Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização“.

Esse indicador representa a geração operacional de caixa da companhia, ou seja, o quanto a empresa gera de recursos apenas em suas atividades operacionais, sem levar em consideração os efeitos financeiros e de impostos.
Portanto, em linhas gerais, o EBITDA fornece uma visão mais abrangente da geração de caixa de uma empresa, desconsiderando os efeitos não-caixa da depreciação e amortização.

O que é depreciação e amortização?

Suponha que você compre um veículo novo por R$ 100.000. Com o tempo, ele sofrerá desgastes naturais e perderá valor — isso é a depreciação. Se, ao final de um ano, o carro depreciar 20%, ele valerá R$ 80.000. Lembrando que, essa perda de R$ 20.000 não representa um desembolso em valor.

Então, de forma geral, a Depreciação é a perda de valor gradual de alguns bens ao longo do tempo, como ocorre com veículos, máquinas, móveis, equipamentos, etc. Por sua vez, a Amortização segue a mesma linha, porém com bens intangíveis (que não tem massa corpórea, ou seja, marcas, patentes, etc.). Tudo bem?

Desta forma, nas empresas, ocorre algo semelhante: no Balanço Patrimonial, os ativos (Bens e Direitos) físicos e intangíveis sofrem depreciação ou amortização ao longo do tempo. Embora esses valores reduzam o lucro contábil, gerando um benefício fiscal, eles não afetam diretamente a geração de caixa, e por isso são desconsiderados no cálculo do EBITDA.

Assim, o EBITDA fornece uma visão clara do desempenho operacional, eliminando distorções causadas por diferenças nos regimes tributários, políticas de amortização, estrutura de capital, entre outros.

Como calcular o EBITDA

Calcular o EBITDA é relativamente simples. Primeiramente, com base nos dados da DRE (Demonstração de Resultado do Exercício), basta deduzir da Receita Líquida os Custos e as Despesas Operacionais. Em seguida, se deduzir a Depreciação e Amortização, chegamos no EBIT. Alternativamente, podemos partir do EBIT e somar a Depreciação e Amortização.

Vamos ver um exemplo simples com números?

Suponha que uma empresa obteve no seu último ano fiscal, os seguintes resultados financeiros:

  • Receita Líquida: R$ 100.000,00
  • Custos: R$ 60.000,00
  • Despesas operacionais: R$ 17.000,00
  • Despesas financeiras: R$ 4.000,00
  • Depreciação: R$ 4.000,00
  • Amortização: R$ 2.000,00
  • Impostos (IRPJ e CSLL): R$ 7.000,00
  • Lucro Líquido: R$ 6.000,00

Desta forma, qual foi o valor do EBITDA?

Ficou mais claro com este exemplo?

Mesmo com um Lucro Líquido de apenas 6%, a operação da empresa tem um EBITDA de R$ 23.000, que representa 23% da Receita Líquida, ou seja, a operação da empresa é lucrativa. Em conjunto com outras métricas podemos avaliar se esta margem é ideal ou não.

Alguns Pontos Positivos e Negativos do EBITDA

De forma geral, podemos destacar como alguns pontos positivos e negativos, no entanto, estes pontos devem ser analisados com cautela, uma vez que, podem ocorrer ajustes ou interpretações diferentes, tudo bem? Vamos para alguns exemplos.

Alguns Pontos Positivos

  • Facilita a comparação entre empresas
  • É útil para avaliar o potencial de geração de caixa operacional
  • Elimina distorções causadas por diferenças tributárias
  • Amplamente aceito por investidores e analistas
  • Permite analisar a eficiência operacional
  • É útil em fusões e aquisições
  • Ajuda a identificar problemas operacionais
  • É base para vários indicadores financeiros
  • Desconsidera despesas não operacionais
  • Indicado para benchmarking
  • Ajuda a identificar o potencial de reestruturação
  • Oferece uma base para análises de rating de crédito
  • Utilizado na determinação do valor de mercado de empresas

Alguns Pontos Negativos

  • Ignora a estrutura de capital
  • Não considera a carga tributária
  • Pode superestimar a rentabilidade
  • Desconsidera investimentos em capital fixo
  • Pode ser manipulado por ajustes contábeis
  • Ignora variações no capital de giro
  • Não reflete o resultado financeiro real
  • Pode mascarar problemas de endividamento
  • É uma métrica não padronizada
  • Pode ser mal interpretado
  • Não captura os custos financeiros reais
  • Ignora a sazonalidade das operações
  • Desconsidera passivos contingentes
  • Pode ser influenciado por políticas contábeis
  • Não mensura a geração efetiva de caixa
  • Não considera os riscos operacionais
  • Difícil de comparar em setores muito distintos
  • Pode ser usado de forma tendenciosa em negociações

Como ajustar o EBITDA para refletir melhor a performance operacional

Os analistas realizam ajustes no EBITDA com frequência em análises financeiras, especialmente em situações de M&A (fusões e aquisições) e reestruturações empresariais. Nesse sentido, eles ajustam o EBITDA para excluir itens não recorrentes ou que não fazem parte da operação regular da empresa, como por exemplo:

Tipos Comuns de Ajustes:

  • Despesas não recorrentes (ex.: indenizações).
  • Itens extraordinários (ex.: perdas com desastres naturais).
  • Receitas ou despesas não operacionais.
  • Mudanças contábeis que afetam a comparabilidade.

A realização de ajustes, e outros, de forma correta são fundamentais pois garante que o EBITDA reflita com precisão a performance operacional.

Indicadores derivados do EBITDA e como usá-los

O EBITDA não é apenas um indicador isolado; ele também serve de base para diversos outros indicadores financeiros que ajudam a avaliar a saúde de uma empresa. Entre os principais, destacam-se:


Margem EBITDA:

Fórmula: Margem EBITDA = (EBITDA / Receita Líquida) × 100
Este indicador mostra a eficiência da empresa em converter receita em resultado operacional. Uma margem EBITDA elevada indica maior eficiência operacional.


Múltiplo EBITDA:

Muito utilizado em avaliações de empresas e em operações de M&A, o múltiplo EBITDA relaciona o valor da empresa (Enterprise Value – EV) ao seu EBITDA.
Fórmula: Múltiplo EBITDA = EV / EBITDA
Esse múltiplo ajuda a comparar empresas dentro do mesmo setor e é amplamente utilizado por analistas de mercado.


Cobertura de juros pelo EBITDA:

Fórmula: Cobertura de Juros = EBITDA / Despesa Financeira
Este indicador mede a capacidade da empresa de pagar seus encargos financeiros a partir do resultado operacional.

Como o EBITDA é usado em fusões e aquisições (M&A)

Em operações de M&A, os compradores usam o EBITDA como uma das métricas mais importantes para determinar o valor de uma empresa. Além disso, eles o utilizam como uma proxy da geração de caixa operacional, o que os ajuda a entender o potencial de lucro da empresa-alvo. Os negociadores empregam os múltiplos de EBITDA para definir preços, especialmente em setores onde a geração de caixa operacional é um fator crítico. Contudo, é importante que ajustem os múltiplos para refletir diferenças regionais, setoriais e conjunturais.

Por exemplo, se uma empresa apresenta um EBITDA de R$ 10 milhões e um múltiplo de mercado de 8x, ela terá um valor estimado de R$ 80 milhões (EV). Nesse caso, os negociadores podem ajustar esse valor conforme fatores como sinergias esperadas e riscos específicos

Principais cuidados ao utilizar o EBITDA

Embora seja uma métrica poderosa, o EBITDA deve ser usado com cautela. Ele não substitui a análise do fluxo de caixa nem dos demonstrativos contábeis completos. Além disso, ajustes indevidos ou excessivos podem distorcer a real performance da empresa.

Aliás, nenhum indicador, seja qual for, deve ser usado para tomar decisões de forma isolada. Um indicador é apenas uma parte da análise completa.


Boas Práticas:

  • Sempre reconciliar o EBITDA com as demonstrações financeiras.
  • Evitar comparações diretas entre empresas de setores e portes muito diferentes.
  • Utilizar múltiplos de EBITDA como uma referência, não como a única base para decisões.

Portanto, o EBITDA é uma métrica extremamente útil, mas você não deve vê-lo como a única forma de avaliar a performance de uma empresa. Na verdade, ele é ideal para análises rápidas e comparações setoriais, mas você deve complementá-lo com outras métricas, como fluxo de caixa e lucro líquido, por exemplo.

Além disso, ao entender profundamente o EBITDA e suas nuances, você ficará mais preparado para tomar decisões financeiras estratégicas, seja na gestão de uma empresa, em investimentos ou em operações de M&A.

Em resumo, gostou deste guia sobre EBITDA? Compartilhe com seus colegas e ajude mais pessoas a dominarem esse importante indicador financeiro!

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